terça-feira, 23 de novembro de 2010

Carreta Viaja pelo Piauí alertando sobre a Hanseníase

Um projeto chamado de"Carreta da Saúde" percorreu 24 municípios do Piauí durante seis meses alertando sobre os riscos da hanseníase. Tendo como base literalmente uma carreta, o veículo era usado para fazer palestras sobre o tema e realizar atendimento médico a um grande número de pessoas. Na tarde de ontem, no auditório da Escola Fazendária do Estado, um grupo de pessoas envolvidas com o projeto avaliou os resultados desta ação.

“Extremamente positivo o resultado. A meta principal não era interferir diretamente nos trabalhos desenvolvidos nestes municípios, e sim ajudar a alertar para esse grave problema, não só a comunidade, mas também aos próprios profissionais de saúde, para estaremos atentos aos detalhes”, lembrou a coordenadora estadual do Morhan (Movimento de Reintegração de Pessoas com Hanseníase) e do Carreta da Saúde no Piauí, Lucimar Batista.

Dos municípios visitados, Teresina foi onde se registrou um maior número de casos. Das 824 pessoas atendidas, 59 apresentaram a doença. Em segundo lugar está São João do Piauí, com 37 casos registrados entre 377 pessoas que receberam atendimento. Em terceiro vem União, com 14casos entre as 161 atendidas. “Vale ressaltar que após a passagem da Carreta o número de casos em São João do Piauí subiu para 60. Existe o lado negativo pelo elevado número de casos da doença, mas também é muito positivo por que mostra que o trabalho de alerta está dando certo, as pessoas estão mais atentas. Não criamos nenhum destes casos, eles estavam lá, só não estavam sendo percebidos”, avaliou a coordenadora. Lucimar lamenta também que na maioria dos casos a doença já estava em estágio avançado, em situação de contágio. Ao todo foram 7.476 atendimentos nestas 24 cidades. Quando era confirmado um caso, o paciente já tomava a primeira dose do remédio e já saia com a medicação. O município se responsabiliza por fazer o acompanhamento mensal destes pacientes. O primeiro critério para a escolha dos municípios foi por ter um alto índice da doença. “Muito deles se integraram de forma voluntária.

Para participar, inclusive, precisa assinar um termo de adesão. O trabalho, na verdade, acontece através de uma parceria que envolve o próprio município, o Morhan e a Novartis”, disse.

A doença

A hanseníase é uma doença que afeta os nervos e a pele, principalmente do rosto, dos braços, mãos, pernas e pés. O tempo entre o contágio e o aparecimento dos sintomas pode variar de 2 a 10 anos e pode causar deformidades logo e o tratamento começar imediatamente. O contágio acontece através das vias respiratórias (tosse e espirro). A hanseníase também não se pega através de abraços, aperto de mão e carinho, portanto não precisa separar as roupas, os pratos e copos. “O grande problema da hanseníase ainda é social. Está nas comunidades mais pobres mesmo, onde não existe uma higiene adequada, onde as pessoas não têm – uma imunidade boa. Infelizmente enquanto não combatermos eficientemente essa questão social não teremos uma ação verdadeiramente eficiente contra a hanseníase”, disse Lucimar.

Sinais e sintomas

Não é muito complicado identificar os sintomas da hanseníase: uma ou mais manchas que não doem nem coçam, caroços e inchaços, diminuição da força nas mãos, pés e rosto, dor e sensação de choque, fisgadas e agulhadas ao longo dos nervos dos braços, mãos, pernas e pés, área na pelo com diminuição dos pelos e suor e perda da sensibilidade.

Fonte: Jornal O DIA - Caderno Dia a Dia - Pag. 7 - 23/11/2010

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