Infectados/Mesmo com números com tendência a diminuir em 2010, com relação a 2009, a quantidade de casos de hanseníase continua a assustar no Piauí. Hoje a população do Estado está entre as que mais sofrem com a doença em todo o país
Francisco Lima e Dowglas Lima
Do Theresina
Considerado estado endêmico no que diz respeito à incidência de hanseníase, o Piauí continua preocupando quando o assunto é o alcance da doença. Dados da Secretaria Estadual de Saúde confirmam que, neste ano, já são 936 novos casos em todo o estado – em 2009 o Piauí registrou um total de 1.536 novas ocorrências da doença.
Diante desses números, a população piauiense é uma das que mais sofrem no país com a hanseníase.
Mesmo assim, o combate à doença no estado é diferenciado em relação às outras localidades mais atingidas do Brasil - os estados do Mato Grosso, Pará, Tocantins e o vizinho estado do Maranhão. Isso porque, no Piauí, há um Comitê Interinstitucional voltado para o combate da hanseníase. O órgão reúne várias instituições, tanto de saúde quanto de direitos humanos, foi fundado em 2008, após uma reunião do Movimento de Reintegração de Pessoas Atingidas pela Hanseníase (Morhan) com o então governador Wellington Dias.
Na manhã de ontem, o comitê recebeu, em reunião no Memorial Zumbi dos Palmares, dois representantes do Conselho Nacional de Saúde, para avaliar as condições das medidas preventivas aplicadas no combate à doença no estado, além de sugerir mais providências. “Podemos dizer que a hanseníase é uma doença da população excluída, mas de uma forma geral está controlada em quase todo o mundo.
De um total de 126 países, apenas três (Nepal, Brasil e Timor) ainda apresentam risco alto”, disse Artur Custódio Moreira, do Conselho Nacional de Saúde e do Morhan.
“Visitamos todos os outros estados que apresentam elevados índices de casos de hanseníase, e em todas as ocasiões agimos no intuito de pedir que os conselhos estaduais de saúde assumam uma posição voltada para a execução de políticas públicas direcionadas para a prevenção da doença. No Piauí essa dinâmica dei-se de uma forma um pouco diferenciada, já que aqui há um comitê especialmente voltado para essa questão”, disse.
Na reunião, um dos principais temas debatidos foi a importância do caminhão de combate à hanseníase que, de forma itinerante, realiza os exames de detecção da doença e percorre a capital e as cidades do interior informando sobre as características do mal, que provoca manchas na pele e perda de sensibilidade em várias regiões do corpo.
Atualmente o caminhão encontra-se no município de São Félix, e encerra suas atividades de 2010 no próximo dia 28, na cidade de União. O veículo será transformado em um palco para apresentações culturais da cidade, no último dia de atuação da carreta neste ano. Em 2008, União registrou um número muito alto de casos de hanseníase, contabilizando 169 pessoas afetadas.
Fonte: Jornal Meio Norte: 22/10/2010
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